quinta-feira, 8 de abril de 2010

70 neles!

Duartina para mim eram férias. Longas férias. Às vezes muito chatas. Principalmente pela distância entre as cidades: fica a quase 400 km de São Paulo. Entrar no carro e ficar perguntando: quanto falta, era duro. Mas isso era quando éramos pequenos. Ia com meus irmãos para lá.

A parada era sempre no mesmo posto, o Castelão. Não existiam esses mega-postos de hoje. Problema do Castelão, que parou no tempo. E perdeu muito com isso.

Acho que Duartina também. Parou no tempo, mas está retomando as rédeas. Em termos econômicos, claro. Mais pessoas estão mudando para lá. Pessoas boas. Gente ruim também, afinal, isso tem em qualquer lugar. Mas isso é outra história.
 

Bom, lembro da primeira Copa que vi. Já que estamos em ano de Copa vou falar disso. Não estamos no clima de Copa, mas no ano. O clima era antes. 1982. As ruas com bandeirinhas, na festa junina só tinha verde e amarelo, na TV lançavam uns torcedores-incentivo (Arakem, o pé frio, rsrs). Tinha uma garrafinha de suco, o Laranjito. Era disso o que eu lembrava. 


 Lembrei também da Copa de 82, pois foi em Duartina que vi o jogo Brasil x Itália. Sim, o da derrota, o do Paolo Rossi, o do Toninho Cerezo, o do Valdir Péres, o do Tele Santana, o do “Bota ponta Telê”, um quadro do Jô Soares.





O mais engraçado é que depois, a gente, tudo moleque ainda, eu tinha 7 para 8 anos, foi empinar pipas. Todas verde e amarela. Depois, na final torcemos pela Itália. E ela ganhou. Mas na final eu já não estava mais em Duartina.

Em 1994, lembrei de 82. Novamente Brasil e Itália. Novamente em Duartina. Desta vez na final. Prometi para mim mesmo que se perdesse, eu nunca mais voltaria lá.

Essa história teve um final diferente. Melhor para nós.

É só por isso que ainda volto. Até parece. Volto para ver meus pais e irmãos. Para ver os cães, visitar pela Vick (nossa pastora) que ficou por lá e para sempre voltar com mais histórias.

Mas só para finalizar com Copa, acho que esse ano algum “hermano” levará a Copa. Espanhol ou Argentino. Porque com Robinho Judas, Kaká Pastor, Adriano Borél entre outros, não perderei meu tempo com isso. Seleção para mim é preta e branca e pronto.

Texto postado por André Carvalho, filho de Leila e Leonel Carvalho —




Comentário de Ana Paula:

Eu não havia entendido o título do texto ("70 neles") e meu irmão, o André, que o escreveu, me explicou (caso alguém também não tenha entendido):

"70 neles" (http://www.youtube.com/watch?v=5joLa2AyKE4) era a música referente à última conquista do Brasil, naquela época. E a expectativa de ganhar era muito grande. Não sei se essa música tocava em 82. Lembro dela em 86. Segue a letra:

Letra da música 70 Neles, de Gal Costa
(Olha quem escreveu e cantou, não é Parangole, Rebolation)

Vai começar de novo
É novamente tempo de paixão
Prepare o coração
Bate pé
É Brasil outra vez
Com a bola no pé
Com uma coragem nova
Se a vida é uma prova
Estamos aí pra vencer
O mundo inteiro vai ver como é
Brasil outra vez em pé

Ô, ô, ô,ô, ô,ô,ô,ô
Um grito novo a torcida uniu
70 neles outra vez Brasil
Ô, ô, ô,ô, ô,ô,ô,ô
Um grito novo a torcida uniu
70 neles, 70 neles
70 neles outra vez Brasil

No coração da gente
Uma esperança quente
O pé do nosso craque
Que luta, que dribla
Que chuta, que marca o gol
Gritar um grito novo
O grito do povo
Coro que traz a emoção
Mostra que a força do povo é que é
Brasil outra vez em pé

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